Entenda de um jeito fácil o que são juros, qual a diferença entre juros simples e compostos e aprenda a calcular as suas taxas de forma simples.

O que são juros? Entenda de um jeito fácil

Quem nunca ouviu a palavra “juros” na hora de fazer uma compra parcelada, realizar um empréstimo ou até mesmo ao pagar um boleto?

Apesar da palavra fazer parte do nosso cotidiano, nem todo mundo consegue lidar com tanta informação e acaba se endividando. Juros simples e compostos, taxa fixa e variável… Se você, assim como milhares de brasileiros, não sabe exatamente o que significam esses conceitos, acompanhe esse artigo e entenda de um jeito fácil o que são juros.

Definição: o que são juros

Para começar, vamos entender o termo em questão. Juros se referem ao valor pago para usar um dinheiro que não é seu, por determinado período de tempo. Ou seja, é o preço que você paga por pegar um dinheiro emprestado.

Se você faz um empréstimo ou paga uma conta que pressupõe juros, deverá devolver o mesmo valor emprestado mais a quantia extra [os juros] como pagamento pelo uso do dinheiro de outra pessoa, empresa ou instituição.

Do outro lado acontece o mesmo: caso você invista um valor no banco, receberá juros pelo uso que ele faz do seu dinheiro. Embora existam calculadoras e simuladores para realizar a conta correta, estudar e entender o conceito é importante para ter controle sobre o orçamento da sua família ou empreendimento.

Segundo a economista, consultora e educadora financeira Maria José Fróes Feres, muitos consumidores acabam se envolvendo em dívidas porque normalmente não se atentam às taxas de juros que estão sendo cobradas, mas sim se o valor da parcela cabe no orçamento mensal. “Ao contratar um empréstimo, fazer um financiamento ou contrair uma dívida, muita gente avalia apenas um ponto, deixando de avaliar o todo, o que na maioria das vezes traz um impacto negativo enorme a longo prazo”, ressalta.

Quais são os tipos de juros?

A economista explica que os juros podem ser simples ou compostos, e ainda nominais, efetivos ou reais. Abaixo, entenda mais sobre cada um deles:

Juros simples

Nos juros simples, a taxa é aplicada somente sobre o capital inicial — que nada mais é do que o montante determinado inicialmente. O valor dos juros recebe uma porcentagem, calculada por um período de tempo, como ao mês ou ao ano. Se você fizer uma compra de R$ 1 mil, com uma taxa de 1% ao mês, por exemplo, a cada 30 dias, o valor da parcela terá o acréscimo de R$ 10. 

Juros compostos

Também conhecido como juros sobre juros. Em outras palavras, a taxa de juros se aplica a cada mês, não apenas sobre o valor inicial, mas também ao valor total acumulado durante os meses, apesar da taxa continuar a mesma. 

Calcular juros compostos parece mais difícil, mas vamos colocar a ideia em prática com um exemplo: você aplica R$ 1 mil no banco, em um investimento que rende 1% ao mês. Após 30 dias, terá os mesmos R$ 1 mil + R$ 10 do rendimento, ou seja: R$ 1.010 no total.

No segundo mês, a mesma taxa de 1% se aplica sobre o valor acumulado, então ao final de 60 dias, terá R$ 1.010,00 + R$ 10,10, ou seja, R$ 1.020,10. Ao longo do tempo, essa diferença aumenta: quanto mais tempo, maior fica essa diferença.

Juros nominais

Juros nominais são os juros informados inicialmente na operação que está sendo contratada e incluem a taxa de inflação (correção do valor do dinheiro com o passar do tempo). Eles servirão de base para o cálculo dos juros efetivos que serão pagos. 

Juros efetivos

Juros efetivos são os juros que incidem efetivamente sobre uma negociação de dívida ou empréstimo, representados pelo custo real do dinheiro disponibilizado. Na maioria dos casos, as pessoas não se informam sobre esse custo efetivo, que é maior do que a taxa de juros informada.

Juros reais 

Juros reais são os juros incidentes sobre determinado valor, descontando a a taxa de inflação (correção do valor do dinheiro no tempo) do período avaliado.

Agora que você entendeu o que são juros e quais os diferentes tipos, vamos à definição das taxas:

Tipos de taxas de juros

Você já se perguntou porque temos juros altos no Brasil?

De acordo com a consultora, há algumas situações em que o Banco Central regula o mercado com a definição do teto máximo na cobrança de juros, enquanto em outros casos, o BC apenas acompanha as taxas cobradas. “A resolução 4765/2019 do Banco Central, por exemplo, estabelece o máximo de juros a serem cobrados no limite de cheque especial em 8% ao mês”, completa.

Cada banco determina as taxas de juros que vai estipular em cada operação, mas todas elas devem ter como base a taxa básica de juros do país, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), um órgão oficial do Banco Central. A taxa básica é chamada de Taxa Selic, que representa a referência para o cálculo das demais taxas do crédito concedidas na economia. Essas taxas podem ser alteradas em algumas situações, como em renegociação de dívidas, por exemplo.

Já as taxas fixas são definidas no ato da contratação do empréstimo e as variáveis, como o nome já diz, variam ao longo do tempo do empréstimo contratado. Essas modalidades são comumente aplicadas nos financiamentos habitacionais. 

Taxa fixa

A taxa fixa traz uma maior previsibilidade sobre as parcelas que serão cobradas, o que permite um planejamento financeiro mais eficiente, já que os valores serão os mesmos. Nas aplicações, a taxa fixa é prefixada, por isso é possível saber com precisão qual será a rentabilidade.

Taxa variável

Como o próprio nome demonstra, os juros cobrados podem variar ao longo do tempo, e isso significa que não é possível saber com exatidão o que irá ocorrer com os juros. Esse tipo de taxa pode trazer o benefício de valores de parcelas menores, mas por outro lado, há um maior risco de ficar dependente das oscilações econômicas.

Ao mês vs. Ao ano

A taxa de juros pode incidir sobre determinado valor em períodos distintos. Juros ao mês é o quanto de juros você paga ou recebe em um período de 30 dias, e juros ao ano é o valor proporcional em termos anuais. 

Porém, não basta multiplicar a taxa mensal por 12 para encontrar a anual, pois estamos falando de juros compostos, dos juros sobre juros. “Sendo assim, uma taxa mensal de 1% representa uma taxa anual de 12,68%, e não somente 12%”, reitera Maria José. Da mesma forma, uma taxa anual de 12% representa uma mensal de 0,95%, e não de 1%, que seria a divisão simples do valor de 12% por 12 meses. 

“Normalmente, os juros são informados pelo período anual com capitalização mensal. Nesse caso, é necessário trazer ao período mensal para ter conhecimento do quanto está sendo cobrado ou remunerado ao mês”, acrescenta a educadora financeira.

Juros e parcelamento

Comprar à vista ou parcelar? A economista alerta que o parcelamento só vale a pena quando a pessoa tem plena consciência do impacto da compra e dos juros em seu orçamento. Antes de tomar a decisão, faça os cálculos do produto com e sem as taxas. 

“Comprar parcelado pode virar uma bola de neve se você não tem controle sobre a quantidade de parcelas que vão se acumulando em seu orçamento – muitas vezes, acumula-se um número alto de parcelas que certamente compraria um dos itens à vista com melhores condições”, afirma. 

Para a especialista, a falta de conhecimento e informação são os maiores prejuízos que podemos ter quando se trata de construir uma vida financeira mais organizada. “É importante ter consciência da real capacidade de pagamento que cada um possui e entender o quanto financiar ou parcelar pode afetar o futuro financeiro”, finaliza.

Atenção aos números!

  • No momento de fazer compras parceladas, não deixe de calcular previamente os juros das parcelas.
  • Antes de realizar qualquer operação, verifique se está lidando com juros simples ou compostos,.
  • Veja ainda se tarifas e taxas de correção monetária, como inflação, por exemplo, são aplicadas ao cálculo.
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Você entendeu tudo sobre juros, quais são os tipos e como calcular as suas taxas? Comenta aqui embaixo o que você achou desse guia prático e compartilhe com quem também se interessa em saber mais!

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